Archive for Outubro, 2012

Barómetro Político de Setembro

13/10/2012

O Barómetro político da marktest para o mês de Setembro de 2012 já foi disponibilizado. Pela análise do gráfico assiste-se a uma descida quase ininterrupta do PSD que foi ultrapassado pelo PS, apresentando pouco mais do que 20% das intenções de voto, enquanto que o PS está com 29,6%.

Mais atrás e em 3º lugar e com muito poucas oscilações nos últimos 12 meses surge a CDU com pouco mais de 10% e o BE com 8,6% que tem vindo a subir gradualmente, embora de forma ligeira, ao longo dos últimos meses. O CDS, é a 5ª força política mais votada com pouco mais de 5%, valor esse que poucas alterações tem tido ao longo do ano.

Imagem

Demagogia

05/10/2012

Na sua obra “A República”, Aristóteles dizia que a forma de degenerescência da Democracia é a demagogia. Sabemos também que, no dizer de Churchill “A democracia é a pior forma de governo imaginável, à exceção de todas as outras que foram experimentadas“. Por outras palavras, a Democracia será a melhor das piores formas de governo.

Na génese da crise económica europeia está também subjacente uma crise da própria classe política e do sistema democrático. Em particular, na Grécia, em Espanha e em Portugal isso é muito evidente, em grande parte motivada pela insensatez, desgoverno e incompetência dos partidos socialistas locais que estiveram no governo desses país.

Mas a culpa não é só dos partidos e dos governos, é também dos eleitores.

Senão vejamos.

Nas eleições legislativas de 2009, Manuela Ferreira Leite, na campanha eleitoral, defendeu a necessidade de recorrer a medidas de austeridade e contenção como forma de estabilizar as finanças públicas e o déficit do Estado.

Enquanto isso, Sócrates dizia que o discurso de Manuela Ferreira Leite era pessimista e que, com ele, os salários e as pensões não seriam afetados (inclusive até foram aumentados precisamente na véspera das eleições) e que, com ele, o país lançar-se-ía numa onda de grandes investimentos públicos que iriam relançar a economia.

À exceção dos economistas pró-Socrates, todos os outros especialistas consideravam que a estratégia de Sócrates era um suicídio para o país. Porém, como Sócrates utilizou um discurso enganador, falso e aparentemente mais positivo, acabou por ganhar as eleições, lançando depois o país na ruina, com despesas galopantes em cima de mais despesas e endividamento atrás de endividamento.

Quando Portugal acabou por pedir um resgate à Troika, os salários e pensões de reforma corriam o risco de não serem pagos. Mas, já era tarde de mais . Os eleitores escolheram votar em quem os tinha enganado e recusaram votar em quem lhes dizia a verdade e usava como lema e bandeira eleitoral“Uma política de verdade”. Os eleitores, pelo contrário, preferiram a mentira, preferiram quem lhes vendia uma “banha da cobra” mais atrativa.

Em 2011, quando Passos Coelho se apresentou às legislativas, afirmou que iria tentar não aumentar os impostos e nada disse quanto ao corte de subsídios de Natal e de férias. As pessoas foram, de novo enganadas.

Mas se Passos Coelho seguisse o exemplo de Manuela Ferreira Leite e anunciasse, em plena campanha eleitoral quais as medidas duras e de austeridade que iria levar a cabo, será que os eleitores teriam votado à mesma no PSD ?

Ou será que o seu fim, seria o mesmo de Manuela Ferreira Leite que foi penalizada por dizer a verdade e não a esconder ?

Esta comparação leva-nos a uma conclusão:

Para ganhar umas eleições, o povo precisa de ser enganado porque o povo procura sempre o mais fácil, segue sempre quem lhe promete mais, melhor e de forma mais rápida. Depois, quando se vê enganado, aí é que o povo se lembra que as promessas não foram cumpridas e vai para as ruas, reclamar e manifestar-se contra a classe política. Mas, cada um tem o que merece e se só é possível ganhar umas eleições através da mentira e das falsas promessas, quem é que pode censurar os políticos de a isso recorrerem, se essa é a única forma que têm de aceder ao poder ?

É necessário apostar numa maior maturidade e formação política dos eleitores de forma a que este não reajam de forma meramente intuitiva e pavloviana. Há que dizer a verdade, não escondê-la e demonstrar que não há alternativas, além do caos e da rutura.

Fazer o contrário, é pura demagogia.